Jornal da Cidade Regional

Queima de arquivo: menina de 6 anos é assassinada com corte no pescoço após testemunhar morte da mãe

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A morte da pequena Camila Loureiro Gandra de Souza, de 6 anos, que foi assassinada com um corte no pescoço em Betim (MG), foi uma queima de arquivo após ela ver o assassino da mãe, de acordo com a Polícia Civil. Em coletiva, na manhã desta sexta-feira (5), a instituição deu mais detalhes do duplo homicídio registrado em 2017.

Os corpos da criança e da mãe, Jane de Fátima Gandra Souza, de 39 anos, foram encontrados no dia 17 de outubro daquele ano dentro da casa em que viviam no bairro Laranjeiras. Jane, que era professora, foi esfaqueada 35 vezes.

“Há dois dias, ela não aparecia no trabalho, os colegas fizeram contato com a família dela que foi até a casa, que estava trancada. O portão foi arrombado e encontraram as duas mortas: a Jane na cama e a menina caída na sala com o corte no pescoço. Iniciamos a investigação, houve a suspeita inicial de uma outra pessoa, mas ela apresentou um álibi e ficou comprovado que ela não saiu de casa naquela noite”, explicou o delegado Otávio Luiz de Carvalho.

Durante as investigações, de acordo com ele, a polícia tomou conhecimento que Jane tinha um relacionamento amoroso com Emanuel Monteiro Caires, conhecido pelo apelido de “Nino”, à época com 32 anos, vizinho dela. No entanto, Jane estava pensando em terminar uma vez que o homem era usuário de drogas.

“Começamos a pesquisar na vizinhança e descobrimos que um rapaz tinha sumido após o crime, ele tinha uma namorada que fez uma ocorrência de desaparecimento dele. Pedimos a busca e a apreensão na casa dele, que estava com o guarda-roupas aberto, chave no portão. No banheiro vimos que tinha fezes no piso e muito sangue na residência. Foi encontrado o sangue da Jane no piso da sala e nas roupas do autor”, detalhou o delegado.

Prisão 

A Polícia Civil representou pela prisão temporária do homem, que passou a fazer parte da lista “Procura-se”, em que consta os criminosos mais procurados do Estado. A equipe policial esteve na cidade de Almenara, no Vale do Jequitinhonha, onde a família dele mora, mas o homem não foi localizado. No entanto, ele foi preso na mesma cidade no dia 21 de outubro deste ano, quando foi visitar parentes. 

“Tivemos informações que ele havia fugido para a Bahia, fizemos contato lá e foi uma longa procura por ele. Após a prisão, fizemos o interrogatório e ele disse que, na noite dos fatos, fez uso de bebida álcoolica em grande quantidade e uso de cocaína em grandes proporções. Ele afirma ter se lembrado de ter acordado todo sujo de sangue, foi ao banheiro, tirou as roupas, tomou banho e saiu. Disse que só após o notíciário, soube das mortes das vizinhas e ligou os fatos. Ele disse que não se lembra de nada e que era apenas amigo da Jane. Nós entendemos que ele sabia sim, que o motivo teria sido passional. Não sumiu nada na casa das vítimas, o que descarta a possibilidade de latrocínio”, pontuou o policial.

Menina pode ter reconhecido vizinho 

Para a polícia, Camila pode ter reconhecido o vizinho, o que fez com que ele a matasse. “Pelo que nós apuramos, ele entrou pela janela da casa, foi até a cama e desferiu facadas na Jane, que acordou e tentou se defender.

A criança que estava dormindo na sala, acordou. Ela vê ele todo sujo de sangue e que havia matado a mãe dela. Ele mata a criança para eliminar aquela testemunha, como queima de arquivo. A menina o conhecia, ele tentou cortar o pulso dela, não conseguiu e aí cortou o pescoço dela. Em seguida, saiu pela janela”, afirmou Carvalho.

O homem, que se apresentava como músico e fazia ‘bicos’ para se manter, foi indiciado por duplo homicídio, duplamente qualificado, e, segundo o delegado, está sujeito à pena de 24 a 60 anos. 

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