A Polícia Civil concluiu as investigações que apuraram a conduta de um médico, de Formiga, que é suspeito de forjar formulários para facilitar a vacinação contra a Covid-19 de diversas pessoas no município. Segundo a Civil, na ocasião do ocorrido, em julho do ano passado, a imunização era para grupos prioritários.
A Polícia Civil explicou que o médico clínico geral, de 68 anos, fornecia laudos de comorbidades e favorecia a vacinação por grupos prioritários a quem não tinha direito. Ele cobrava R$ 50 pelo serviço. Com isso, as pessoas conseguiam receber as doses – mesmo não fazendo parte do público alvo da época.
O nome do médico não foi divulgado, por isso não foi possível procurar a defesa do mesmo.
Investigações
Após denúncia anônima, a Polícia Civil realizou levantamentos em frente a uma clínica de propriedade do clínico geral em julho de 2021. Segundo a polícia, foi constatada movimentação atípica em frente ao consultório médico, onde várias pessoas entravam e saiam rapidamente, em tempo insuficiente para realização de uma consulta.
”A equipe policial entrevistou pessoas que saíram do consultório com documento assinado pelo clínico geral. Algumas delas admitiram ter pago R$ 50 e recebido o formulário assinado pelo médico, sem ter passado por nenhuma consulta”, afirmou o delegado Danilo Basílio, na ocasião das investigações.
“Uma delas, inclusive, revelou ter entregue à secretária apenas um resultado de exame do ano de 2018, onde constava que ela possuía distúrbio respiratório leve. Contudo, lhe foi fornecido o formulário com pneumopatias crônicas graves”, completou o policial.
Foram ouvidas várias testemunhas. O procedimento foi encaminhado ao poder judiciário com pedido de suspensão das atividades do profissional.
O médico poderá responder por improbidade administrativa, além dos crimes de falsificar atestado, em razão de função pública, falsidade de atestado médico, uso de documento falso e infrações sanitárias.
Prefeitura
Na ocasião do ocorrido, a Prefeitura informou por meio de nota que tomou conhecimento das investigações e esclareceu que, desde o início da vacinação em pessoas com comorbidades, foi exigido o relatório preenchido e assinado pelo médico para justamente evitar fraudes.
A Prefeitura informou então que não havia indícios de envolvimento de servidores da saúde. A informação foi confirmada pela Polícia Civil.
A Administração Pública esclareceu ainda que “não cabe ao trabalhador da saúde, que aplica a vacina, questionar relatório assinado por médico”.