Jornal da Cidade Regional

Foto de catadora de recicláveis fica em 1º lugar em concurso internacional

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O registro de um fotógrafo de Três Pontas (MG) conquistou o 1º lugar em um concurso internacional cujo tema era “sustentabilidade”. A fotografia eterniza um dia de trabalho de Maria Rosa Lúcia, uma catadora de recicláveis. A foto foi a mais curtida de uma das etapas do concurso, que premiou a melhor por meio do voto popular.

As fotos foram feitas pelo fotógrafo Milton Lima no galpão da Associação Trespontana de Catadores de Materiais Recicláveis da cidade, que existe há 14 anos.

”Essa foto não foi nem pousada. Eu estava guardando o equipamento, ela passou carregando aquele fardo grande, muito maior que ela. Aí eu fiz o clique. Depois, quando fui fazer a escolha da foto para mandar para o concurso, eu vi uma personalidade naquela foto”, disse ele.

Personagem principal

Na associação, 18 associados são responsáveis por recolherem entre 55 e 70 mil quilos de recicláveis por mês. Cenário ideal para que o fotógrafo produzisse as fotos para o concurso.

Mas para ter a foto vencedora, ele contou com Maria Rosa Lúcia. A foto que ele fez dela passou pela avaliação de um júri técnico, que selecionou 40 fotografias entre 7 mil enviadas de 120 países. A foto com Maria teve mais de 4 mil votos e foi a vencedora do concurso.

“Sempre quando vem uma vitória, penso na minha mãe. Foi ela quem ensinou a gente a ser firme de serviço. Hoje não temos ela mais, mas fiquei muito satisfeita. É uma homenagem a ela. Sempre que dá certo para mim, penso que se não fosse minha mãe hoje não estaria assim”, disse a catadora que está na foto premiada.

Foto de catadora de recicláveis de Três Pontas vence prêmio internacional — Foto: Reprodução/EPTV

O fotógrafo contou que quis mostrar a importância do trabalho realizado pelos catadores de recicláveis, que muitas vezes é excluído e sofre preconceito por parte da sociedade.

“Quis mostrar de certa forma que para mim não há nada que recicle mais o meio ambiente do que o trabalho da reciclagem. Esse trabalho que ela está plantando hoje, vai refletir no meio ambiente daqui a cem anos. Será que essa sementinha que ela plantou vai virar uma grande obra lá no futuro”, falou Milton.

”Um trabalho até, às vezes, excluído pela maioria do povo, que acha que nós somos catadores de lixo. Mas nós não somos catadores de lixo, somos catadores de recicláveis. Eu sinto como se nós fossemos policiais do futuro, porque nós policiamos, pegamos, ajudamos, limpamos. Fazemos o policiamento da natureza”, disse Maria.

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