Ao menos oito entidades que representam o comércio em Minas Gerais assinaram uma nota que demonstram preocupação após a ação da Polícia Federal (PF) contra empresários na última semana após troca de mensagens que defendem um golpe de Estado caso Jair Bolsonaro (PL) não seja reeleito. A nota divulgada por Marcelo Souza e Silva, presidente da CDL Belo Horizonte, é endossada pela Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de Minas Gerais, Fecomercio-MG, Fiemg, Federaminas, Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Centro Industrial e Empresarial de Minas Gerais (CIEMG), além da Federação das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais (Fetce-MG).
As entidades manifestaram a “preocupação com os últimos fatos ocorridos que culminaram na execução de mandados de busca e apreensão, quebra de sigilo bancário, bloqueio de contas de redes sociais, dentre outras, contra empresários nacionalmente reconhecidos”. De acordo com o comunicado, a preocupação é porque as ações judiciais “violaram uma série de direitos individuais constitucionais basilares, sem o qual o processo democrático não passa de mera ficção protocolar”.
Os empresários citam que os atos da Polícia Federal são medidas de ataque à liberdade e propriedade. Com isso, as entidades alegam que gera um clima coletivo de insegurança jurídica, prejudicial ao ambiente de negócios e ao futuro da nação.
“Por fim, as entidades signatárias desta nota reiteram o seu comprometimento com a defesa dos Direitos e Garantias Fundamentais e do Estado Democrático de Direito, esperando e confiando que a ordem democrática seja reestabelecida por meio da revisão das medidas tomadas ou da adoção de medidas cabíveis e necessárias para coibir a repetição de ações violadoras dos comandos constitucionais, sob pena de interferir na retomada econômica do país, em razão da insegurança jurídica criada”, finaliza a nota.
A ação citada pelos empresários mineiros ocorreu na última terça-feira (23) após determinação do ministro Alexandre de Moraes. Os alvos dos mandados foram Luciano Hang (dono das lojas Havan), José Isaac Peres (rede de shopping Multiplan), Ivan Wrobel (Construtora W3), José Koury (Barra World Shopping), André Tissot (Grupo Serra), Meyer Nirgri (Tecnisa), Marco Aurélio Raimundo (Mormai) e Afrânio Barreira (Coco Bambu).
O caso foi revelado pelo Metrópoles. Em reportagem publicada, o site mostrou que empresários bolsonaristas passaram a defender um golpe de Estado caso Lula vença as eleições de outubro. Houve quem sugerisse pagamento de bônus a funcionários que declarassem voto a Bolsonaro, o que é crime.