“Pegando sol, tranquila”, essa foi a frase descontraída que o ambientalista Saulo de Castro usou para descrever o momento de lazer da sucuri de mais de 5 metros de cumprimento, flagrada novamente na comunidade de Tabocas, próximo ao Rio São Francisco, em Lagoa da Prata, no Centro-Oeste de Minas. Veja vídeo acima.
O registro feito por Saulo foi no último domingo (6). Segundo ele, a primeira aparição do réptil na região foi em 2019. Desde então, a Secretaria Municipal de Meio Ambiente monitora a sucuri que tem a cauda amputada.
Pela dificuldade de manejo e riscos, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) orientou às equipes de Lagoa da Prata que apenas monitorem a sucuri e preservem a vida dela na região. Veja nesta reportagem algumas orientações que devem ser adotadas caso a sucuri seja vista na localidade.
Novo registro
No vídeo, Saulo conta que foi até o local onde a sucuri havia feito aparições anteriores sem expectativa de encontrá-la novamente, mas foi surpreendido.
“Pelo visto ela não foi embora não, está no mesmo lugar, tranquila. Eu achei que ela já tinha ido embora, tinha descido a várzea, mas pelo visto ela continua por aqui. Foi um achado, resolvi vir aqui sem muita pretensão”, disse
O ambientalista explicou também que devido a cauda amputada, ele e outros profissionais conseguiram identificar que se tratar da mesma sucuri vista há três anos na comunidade.
“Sucuri aqui das Tabocas, coisa bacana. Nossa amiga, vamos ver até quando ela vai continuar por aqui. As chuvas dos últimos dias parece que ela deu indícios de que iria embora, pessoal avistou ela descendo a várzea, mas ela retornou. Está gostando do local”, comentou.
Relembre a primeira aparição
A primeira vez que a sucuri foi vista foi em 2019, por um ciclista. Ele postou um vídeo do animal nas redes sociais e assim que o ambientalista Saulo de Castro tomou conhecimento do fato, foi até o local junto com uma equipe de profissionais da Secretaria de Meio Ambiente.
“Neste dia, fizemos o registro do animal, mas nessa ocasião nós não conseguimos fazer qualquer medição dela. Fizemos algumas fotografias, um vídeo falando sobre a cobra, mas ficou só por isso mesmo. Acabamos espantando a sucuri que estava muito exposta e então ela desapareceu na vegetação. Desde então, nós não tivemos mais notícias e ela voltou a aparecer novamente, agora”, disse.
“Sabemos que é o mesmo animal pela cauda amputada. É uma característica única e registrada em imagens desde a primeira vez. Por nossa sorte, realmente é o mesmo animal”, contou.
Quais os riscos para o animal e as pessoas?
Questionando sobre os riscos de uma cobra tão grande exposta na natureza e que pode ser facilmente visualizada por moradores, o ambientalista disse é a sucuri que corre o maior risco.
“Por se tratar de um animal de grande porte, um predador de topo de cadeia e um animal que se alimenta de mamíferos, principalmente, então não é aconselhável que pessoas não chegue em próximo dela. Ela não vai sair atacando as pessoas deliberadamente, mas pode ser que uma pessoa que não sabe da presença do animal passe muito próximo e ela se sinta ameaçada. Neste caso ela vai atacar e aí pode ser um problema. No entanto, eu duvido muito que isso aconteça”.
“Eu acho que o maior risco quem está correndo na verdade é essa sucuri, devido ao local que ela se encontra, que é uma área muito aberta, muito limpa, de fácil acesso e muito próxima a uma estrada onde passam muitas pessoas como agricultores, ciclistas, pescadores. Então é um animal que está muito exposto”, pontuou.
Saulo destaca ainda que, caso alguém se encontre com a sucuri na região, a orientação é apenas apreciar a beleza da espécie, fotografar e filmar sem se aproximar para que a cobra não se sinta estressada e para evitar qualquer possibilidade de ataque.