Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) alertaram na última sexta-feira (13) para uma possível mudança das sub variantes da Ômicron do SARS-CoV-2 em circulação no país. De acordo com a fundação, a mudança pode significar o crescimento da linhagem XBB, que tem causado uma onda de infecções nos Estados Unidos.
Depois de ter superado outras sub variantes, a linhagem BA.5 da ômicron tem sido a dominante no Brasil desde 2022. A Fiocruz explica que uma mutação específica em um gene das sub variantes dessa linhagem pode ser identificada por meios de técnicas do teste RT-PCR, sem a necessidade de um sequenciamento completo.
O alerta dos pesquisadores se dá porque, na última semana, esse tipo de característica genética tem se tornado menos comuns nas análises realizadas, o que indica que mais vírus presentes nas amostras colhidas em dezembro podem não pertencer à linhagem BA.5.
“Considerando o cenário global da diversidade de variantes do Sars-CoV-2, os pesquisadores concluíram que o aumento de variantes sem essa mutação pode corresponder à linhagem XBB”, diz a Fiocruz.
A presença dessas amostras que podem trazer a linhagem XBB aumentou de menos de 5% no início de dezembro para 15% na última semana. “Os estados nos quais foram detectadas a possível circulação de linhagens XBB são Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Bahia, Mato Grosso e Santa Catarina”, acrescenta a fundação.
Segundo a Fundação, somente duas amostras com a sub variante XBB.1.5 foram sequenciadas no país até o momento, em São Paulo. Contudo, a confirmação vai depender do sequenciamento genético, que se dá em um ritmo mais lento.
A sub variante XBB.1.5 foi apelidada nos Estados Unidos de “Kraken”, um monstro da mitologia grega, por causa do somatório de mutações que ela acumula. A Organização Mundial da Saúde afirmou que a variante é a mais transmissível já detectada desde o início da pandemia e pediu que os países devem avaliar a volta da recomendação do uso de máscaras para passageiros de voos de longa distância.
A sub variante foi responsável por mais de um quarto dos casos de covid-19 nos Estados Unidos na primeira semana de janeiro e também já foi detectada em países da Europa.