Escrito por Ana Carolina Ávila
Mais de mil indígenas em estado grave de saúde foram resgatados por equipes do Ministério da Saúde da Terra Indígena Yanomami, equipes atuam a dias de forma emergencial em comunidade dentro da reserva. A informação foi divulgada na última terça-feira (24), pelo Secretário Indígena (Sesai) do ministério, Weibe Tapeba, durante coletiva de imprensa em Boa Vista.
As equipes atuam na reserva desde o dia 16 de janeiro frente à desistência sanitária no território. Os indígenas sofrem, principalmente, com malária e desnutrição grave, segundo Tapeba. Em uma semana, o único hospital infantil do estado recebeu 29 crianças Yanomami doentes.
Os indígenas são resgatados das comunidades onde vivem e são levados para o posto Surucucu, unidade considerada referência, mas que possui uma estrutura precária. De lá, os quadros gravíssimos são encaminhados para Boa Vista.
O Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kuana (Condisi-YY) afirmou no último domingo (22) que foram resgatadas 26 crianças e dois adultos durante a missão. O trabalho tem apoio da Força Aérea Brasileira (FAB).
De acordo com o Governo Federal, só em 2022, 99 crianças Yanomami morreram, a maioria por desnutrição, pneumonia e diarréia, doenças que são evitáveis. A estimativa é que, nos últimos 4 anos, na gestão de Jair Bolsonaro, 570 crianças tenham morrido.
Maior reserva indígena país tem registrado nos últimos anos agravamento na saúde dos indígenas em meio ao avanço do garimpo ilegal na região. Segundo Tapeba, o resgate dos indígenas só foi possível pois a operação conta com o apoio da Força Aérea Brasileira.