Dados da Coordenação-Geral de Agrotóxicos e Afins (CGAA) do Ministério da Agricultura apontam que o governo do ex-presidente, Jair Bolsonaro, liberou 2.182 agrotóxicos entre 2019 e 2022. Esse é o maior número de registros para uma gestão presidencial desde 2003.
A série histórica do ministério teve início em 2000, no segundo ano do último mandado de Fernando Henrique Cardoso (FHC). As últimas liberações de agrotóxicos foram divulgadas em dezembro.
O levantamento mostra que os registros de agrotóxicos vêm crescendo ano a ano no país desde 2016. Dos 2.182 liberados durante a gestão de Bolsonaro, 98 são inéditos, o que também é um recorde para um governo na série histórica.
Do total de liberações, 1816 são químicos e 366 biológicos. Isso significa que os biológicos têm baixo impacto ambiental e são voltados para a agricultura orgânica, pela legislação brasileira eles também são chamados de agrotóxicos.
Segundo o G1, o número alto de liberações está relacionado a uma reorganização realizada em 2016 pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que analisa os riscos dos agrotóxicos à saúde humana.
O professor da Escola Superior de Agricultura da USP José Octávio Mentem também associa o recorde a uma maior eficiência dos órgãos registrantes. São estes: Anvisa, Ibama (que analisa os riscos ambientais) e o Ministério da Agricultura, que formaliza os registros.
