Aos 26 anos, Francine estuda, trabalha e sonha em escrever um livro contando sua própria história.
Quem vê a jovem assim atualmente, talvez não saiba que, ainda na infância, ela recebeu um diagnóstico errado, o que dificultou sua vida.
Foi só aos 24 anos que ela descobriu ser uma pessoa com Transtorno do Espectro Autista.
Francine trabalha como auxiliar administrativo e faz curso de pedagogia junto com a mãe dela. Ela também é ativista da causa de pessoas com autismo e faz palestras sobre o assunto. Agora, planeja escrever um livro sobre sua própria história.
“Eu escrevo toda madrugada, porque eu acho legal as pessoas descobrirem o que é o diagnóstico tardio. Meu livro está no processo de escrever e espero no ano que vem, ou no próximo, lançar ele para as pessoas conhecerem um pouco da história da Francine Arantes”.
Infância e diagnóstico errado
Mônica, a mãe de Francine, contou que a filha teve uma infância diferente das outras crianças. Na época, a família morava em Campanha (MG).
“Ela era uma criança muito alegre, mas foi uma infância difícil. Ela mesmo se perguntava por que não conseguia estar no meio, por que não era igual as outras crianças”, relembrou Mônica Aparecida Arantes de Souza.
Depois de uma consulta, o primeiro diagnóstico que a família recebeu foi o de Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). O tratamento proposto na época foi o uso de fortes medicamentos que deixavam a jovem bastante sonolenta, o que dificultou a interação dela com o restante do mundo.
“O que eu mais ouvia era que ela não era capacitada, que ela não era capaz. E tinha algumas situações que feria demais ela. Ela sempre comenta com dor que o pessoal colocou chiclete no cabelo dela, falava que ela não era lúcida”, relembrou Cláudio Arantes de Souza, pai de Francine.
Por causa dos problemas nas escolas, os pais decidiram incentivar as aulas dentro de casa. Francine concluiu o ensino médio pelo Cesec, um curso oferecido pelo Estado para adultos que não tiveram a oportunidade de concluir os estudos.
Fonte: G1
