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Cirurgia plástica: procedimento que mais mata no país merece atenção

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Segundo dados mais recentes da pesquisa realizada pela Sociedade Internacional da Cirurgia Plástica (ISAPS) em 2020, o Brasil se encontra em segundo lugar no ranking internacional de realizações de cirurgias plásticas. Ainda divulgado pelo estudo, 61,8% das mortes no país ocorreram devido somente à lipoaspiração.

De acordo com a especialista Aline Carvalho Dinali, cirurgiã plástica em Belo Horizonte e Médica Legista da Polícia Civil em Lavras, ,é necessário realizar exames com antecedência para traçar o risco cirúrgico do paciente, preparar-se para a cirurgia com a adoção de hábitos saudáveis e manutenção do peso ideal e ainda escolher profissional qualificado.

“Os exames mais comumente necessários são de sangue como hemograma, de coagulação do sangue, função renal, testes para detecção de diabetes, de gravidez, eletrocardiograma, entre outros, além da avaliação de risco cirúrgico com um anestesiologista”, explica.

Segundo a especialista, uma dúvida comum se refere à necessidade de exames para trombofilia, condição clínica que aumenta o risco de trombose. “É importante destacar que não é recomendado na literatura médica que esses exames sejam solicitados para todos os pacientes, pois com certa frequência os exames não conseguem afastar ou confirmar a presença de trombofilia. Atualmente, a orientação é de que os exames para pesquisa de trombofilia sejam solicitados apenas para os casos em que haja suspeita da doença e essa suspeita só pode ser conhecida mediante uma boa avaliação na consulta pré-operatória.”

A remoção de gordura acumulada em diversas partes do corpo, explica a médica, pode ser feita por meio da lipoaspiração, isoladamente ou em conjunto com outras cirurgias plásticas, como a abdominoplastia e a redução de mama. Ela ressalta, porém, que os riscos de procedimentos cirúrgicos são maiores à medida que o tempo cirúrgico aumenta. No caso específico da plástica, a orientação é que o paciente esteja no peso ideal no procedimento.

“Não existe um procedimento mais arriscado que outro. Todos os procedimentos médicos, cirúrgicos ou não, têm seus riscos bem estabelecidos na literatura médica, que devem ser minuciosamente explicados para o paciente no pré-operatório. Isso vale para todas as cirurgias, incluindo as que não são plásticas. No caso da cirurgia plástica, este é só mais um motivo para que as pacientes operem dentro de um peso adequado, pois quando isso ocorre, o procedimento fica menor e mais rápido, diminuindo os riscos”, afirma Aline.

“A associação de cirurgias plásticas é permitida e considerada segura contanto que alguns aspectos sejam observados, como, por exemplo: previsão de tempo cirúrgico não muito extenso; previsão de que a área operada não exceda os limites recomendados na literatura médica; associar procedimentos apenas para pacientes com peso adequado; evitar associação de procedimentos para pacientes não muito jovens e/ou que tenham alguma doença crônica.”

Outros fatores como obesidade, tabagismo, sedentarismo, doenças comuns como diabetes e hipertensão podem, também, aumentar o risco cirúrgico de qualquer paciente. Contudo, bons hábitos e o acompanhamento médico regular garantem um bom resultado no procedimento e recuperação adequada. “Talvez o mais importante seja o cuidado pré-operatório correto, juntamente com a escolha de um profissional capacitado. Para diminuir os riscos do procedimento, o ideal é que a paciente esteja com boa saúde, pratique exercícios físicos e tenha hábitos saudáveis antes de optar por fazer uma cirurgia plástica. A condição pré-operatória é determinante para o sucesso da intervenção”, orienta Aline Carvalho.

A médica acrescenta que a melhor forma de escolher um profissional é pela boa e velha indicação. “As pessoas devem conversar com os pacientes de um médico e perguntar como foi o atendimento, o tratamento e a atenção recebida no pós-operatório. Além disso, é muito importante acessar o site do CRM (na seção de “busca por médicos”) e conferir se o médico tem a especialidade “Cirurgia Plástica” registrada (https://portal.cfm.org.br/busca-medicos/). Isso garante que o profissional estudou e passou nas provas exigidas para sua formação. Caso a especialidade do médico não conste no registro do CRM, o paciente deve desconfiar.”

Fonte: Jornal da Cidade / Estado de Minas

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