SUS amplia acesso à donepezila para pacientes com Alzheimer grave

O tratamento da Doença de Alzheimer pelo Sistema Único de Saúde (SUS) acaba de ser fortalecido. O Ministério da Saúde anunciou a ampliação do uso da donepezila, que passa a ser disponibilizada também para pessoas com estágio grave da doença. A mudança foi oficializada na última quinta-feira (15/5), por meio da Portaria SECTICS/MS nº 20/2025.

Antes, o medicamento era indicado apenas para os casos leves e moderados. Com a nova diretriz, a donepezila poderá ser usada sozinha ou associada à memantina, outro remédio já ofertado pelo SUS para quadros mais avançados.

A estimativa é de que cerca de 10 mil pacientes se beneficiem da ampliação no primeiro ano. A decisão se baseia em estudos científicos e em recomendações da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), que indicam que a continuação do uso da donepezila pode melhorar sintomas como agitação, apatia e confusão mental, além de adiar a necessidade de internação em instituições.

De acordo com a secretária da Ciência, Tecnologia e Inovação e do Complexo Econômico-Industrial da Saúde, Fernanda De Negri, a medida reafirma o compromisso com o cuidado digno e qualificado da população idosa. “É uma decisão baseada em evidências e que fortalece a linha de cuidado contínuo no enfrentamento ao Alzheimer”, afirmou.

Atendimento integral e gratuito

A rede pública de saúde oferece tratamento completo e gratuito para pessoas com Alzheimer, com acompanhamento por equipes multiprofissionais, tanto em unidades especializadas quanto por meio do Programa Melhor em Casa, que permite atendimento no domicílio, promovendo conforto e evitando hospitalizações prolongadas.

Entre janeiro e março de 2025, o SUS já contabilizou mais de 7 milhões de atendimentos ambulatoriais relacionados ao Alzheimer e 576 internações hospitalares no país.

Além da donepezila, o SUS disponibiliza outros medicamentos importantes no tratamento da doença:

  • Rivastigmina e galantamina – para casos leves e moderados
  • Memantina – para casos graves

O Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas da Doença de Alzheimer também prevê cuidados não medicamentosos e suporte psicossocial aos pacientes e suas famílias, garantindo uma abordagem humanizada e multidisciplinar.

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