Jornal da Cidade Regional

Caso Maria Eduarda: começa júri de acusado de matar a adolescente em junho de 2020 em Formiga

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O julgamento de Gustavo Miranda de Oliveira, acusado de ter matado a adolescente Maria Eduarda Silva, de 15 anos, começou na manhã desta segunda-feira (13) no Fórum em Formiga. O crime ocorreu em junho de 2020. Familiares da adolescente acompanham o julgamento.

Gustavo aguardava o julgamento preso. O promotor de Justiça da 2º promotoria de Formiga, Ângelo Ansanelli Júnior, disse que o réu é acusado por três crimes: homicídio triplamente qualificado, roubo e estupro. O julgamento começou às 8h30 e deverá terminar durante a tarde.

”Primeiro são sorteados os jurados, após o sorteio, iremos ouvir algumas testemunhas e em seguida, passo o interrogatório do acusado e posteriormente iniciam os debates. Uma hora e meia para defesa e o mesmo prazo para acusação. A partir disso, os quesitos serão submetidos aos jurados para que eles a condenação ou absolvição ” encerrou.

Familiares cobram justiça

A tia da adolescente, Denise Aparecida Silva, que acompanha o julgamento no Fórum, disse que o momento foi muito aguardado pela família que espera justiça pela morte da sobrinha.

”É uma data que ficará muito marcada, estamos há muito tempo ansiosas por esse dia. A Maria Eduarda nunca será esquecida. Ela era uma menina meiga, carinhosa, tímida, ela era tudo para nós. Ninguém imagina o que estamos passando. Queremos a justiça dos homens”, desabafou.

Inquérito

O inquérito que investigou a morte da adolescente Maria Eduarda Silva foi relatado e enviado à Justiça pela Polícia Civil junho de 2020, cerca de 20 dias após o registro da morte da garota. Ela desapareceu no dia 2 de junho e foi encontrada morta cinco dias depois em um matagal. O autor, de 26 anos, foi preso e confessou ter asfixiado e matado a garota depois de ter abusado sexualmente dela.

Segundo delegado regional Tiago Veiga na ocasião, o suspeito foi indiciado pelo crime de latrocínio, roubo seguido de morte, e por estupro.

Ainda segundo o delegado, o laudo da perícia confirmou que ela foi morta por asfixia. O autor disse, no dia da prisão, que deu uma gravata na vítima até desacordá-la e depois amarrou a blusa da própria vítima e a matou estrangulada.

Na época, o delegado regional informou ainda que o laudo pericial com exame de DNA com o material genético do autor para fazer comparação genética com os ferimentos da vítima não tinha ficado pronto.

O caso

O registro do desaparecimento foi feito no dia 3 de junho, pela mãe de Maria Eduarda, na Polícia Militar (PM). Na ocasião, ela contou que a adolescente havia saído de casa por volta das 19h30 de terça (2) e que o horário combinado entre elas para que a adolescente retornasse para casa seria às 22h30.

A mãe ainda explicou aos policiais que dormiu e, ao sair para trabalhar na quarta-feira, pensou que a filha estivesse em casa. A falta da menina foi percebida quando a mãe retornou do trabalho para casa.

Ela disse à polícia que tentou contato com a filha pelo celular, mas desde então, o telefone emitia mensagem de desligado. A PM disse também que a mãe contou ter entrado em contato com a família da amiga que Maria Eduarda disse que iria encontrar no dia do desaparecimento, mas foi informada que a adolescente não havia chegado ao local.

Encontro do corpo e prisão

Segundo a Polícia Civil, com apoio de cooperadores e usando um drone, o corpo foi encontrado no dia 7 de junho, em um matagal próximo ao Tiro de Guerra. O autor foi identificado por meio de imagens registradas por câmeras de segurança e teve o mandado de prisão expedido pela Justiça.

O autor foi preso em uma padaria da cidade em cumprimento do mandado. Ele confessou ter asfixiado e matado a garota depois de ter abusado sexualmente dela. Durante depoimento na época, ele disse que agiu porque queria roubar o celular da vítima.

O delegado de Crimes Contra a Pessoa, Luís Paulo Oliveira, disse no dia da prisão que o autor seguiu Maria Eduarda até próximo ao Tiro de Guerra. O rapaz informou que não a conhecia e disse que deu uma gravata na vítima até desacordá-la. Depois usou a blusa da própria vítima que foi estrangulada.

O jovem era conhecido da polícia por ter cometido pequenos furtos na cidade. No entanto, segundo a Polícia Civil, ele nunca havia sido preso

A Polícia Civil informou que Maria Eduarda saiu de casa para se encontrar com um rapaz que tinha conhecido pelas redes sociais. Ele prestou depoimento e a participação dele no crime foi descartada.

”Descartamos a participação do segundo envolvido. O próprio autor deixa claro que agiu sozinho. O segundo suspeito foi ouvido e liberado. Ele mora próximo ao local do crime, era conhecido da vítima naquela semana, mas não temos elementos que pudesse levar à participação dele”, concluiu o delegado Luís Paulo na época.

Homem seguiu a vítima no dia do crime

Anteriormente, o delegado regional Tiago Veiga afirmou durante entrevista coletiva que, com ajuda de imagens registradas por câmeras de segurança, a polícia conseguiu refazer o trajeto da vítima.

”A partir da coleta das filmagens, concluímos que ele a seguiu por todo o tempo. Elas mostram a vítima andando até a praça do Tiro de Guerra. Pouco depois, ele aparecia, sempre seguindo os passos dela, até chegar na praça. Lá não temos as capturas de imagem. Temos o registro dele, depois, jogando o chip fora”, afirmou Tiago.

O delegado de Crimes Contra a Pessoa afirmou que o crime foi registrado na noite de terça-feira, data do desaparecimento da adolescente.

Manifestação

Familiares e amigos de Maria Eduarda pediram justiça e a condenação do rapaz que confessou ter matado a adolescente, por várias vezes. Uma carreata nomeada de “Todos por Maria” foi realizada após a missa de 7º dia de morte da menina, no dia 14 de junho.

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