Os lagopratenses foram surpreendidos recentemente por imagens incríveis do “Brejão” cheio. Aliás, por “incrível”, entenda-se o sentido literal da palavra, já que, a existência da lagoa, para muitos moradores, era desconhecida e até mesmo questionada.
“A maioria da população não tem conhecimento dessa Lagoa e muitos até duvidam que ela um dia existiu. Essa cheia é a prova de que o Brejão realmente existe e, caso seja recuperado, será um ganho imensurável para nossa cidade”, comentou o ambientalista Saulo de Castro.
Tal fato se deve às chuvas intensas e ininterruptas que acometeram a cidade nos últimos dias. Em conjunto com o registro do Rio São Francisco transbordando e da Praia Municipal com as margens inundadas, motivo pelo qual foi interditada pela Defesa Civil, somam-se, agora, as belas fotografias daquela que já foi a maior lagoa da cidade.
“O brejão era a maior Lagoa natural que tínhamos aqui na região até ser drenado nos anos 60 para o plantio de cana de açúcar”, explica Saulo sobre a causa do desaparecimento da Lagoa.
A recuperação da Lagoa do Brejão é um sonho antigo de ambientalistas que vêem na revitalização um ganho para toda a população lagopratense. No entanto, este desejo enfrenta interesses diversos que vão da utilização da terra por pecuaristas à empreendimentos imobiliários.
Para Saulo de Castro, o Brejão cheio é um fenômeno sem precedentes.
“Já venho falando da necessidade de recuperação do brejão há um bom tempo, mais de 20 anos e nunca tinha visto ele com tanta água assim. É uma pena que vai durar pouco, porque a comporta que regula a lagoa está aberta”, afirma o ambientalista.
Ele completa o raciocínio explicando o motivo pelo qual a comporta não está fechada. “Você pode até perguntar por que não a fechamos? Não é tão simples assim. É preciso que seja feito um estudo muito amplo seguido de um bom projeto”.
Questionado sobre se há uma previsão para que este estudo aconteça e para que a lagoa seja recuperada, ele pondera: “Vamos iniciar um debate acerca da recuperação do brejão no Codema. Pode ser que consigamos alguma coisa. Essa questão do brejão é muito complexa e envolve todo tipo de interesses”.
Via: Jornal Cidade/Imagens: Lindomar Fotógrafo