#O setor de eventos também precisa trabalhar! Essa foi a hashtag usada para dar início a carreata que foi realizada ontem, em manifestação ao retorno da realização de shows, festas e eventos na cidade de Arcos. A carreata iniciou saindo do Parque de Exposições, às 20h, e se concentrou na Praça do Vivi.
A carreata foi organizada por empresários, músicos e profissionais do setor de eventos, que já vêm sofrendo com a proibição da realização de eventos desde o início da pandemia, em 2020.
No ano passado, quando o município entrou para a onda verde do programa ‘Minas Consciente’, foi permitido o retorno da realização de shows, festas e eventos na cidade. Porém, com o aumento de casos da doença neste início de ano, o Governo Municipal decidiu proibir novamente a realização dos eventos no município, por meio do Decreto n°6.149/2022, que foi publicado na última terça-feira (01).
“O Setor de Decoração de Festas ficou em lockdow total, por um ano e meio, causando um grande prejuízo a todos os envolvidos” – Sandra da Doce Arte Festas
Em entrevista ao Portal Arcos, Sandra Alves que é proprietária da ‘Doce Arte Festas’ falou sobre as dificuldades que o setor de eventos tem passado durante a pandemia. Ela também questionou a publicação do decreto municipal em Arcos, tendo em vista que foram cancelados os eventos, porém, muitas outras atividades continuam funcionando normalmente na cidade.
“O setor de decoração de festas ficou em lockdow total, por um ano e meio, causando um grande prejuízo a todos os envolvidos. […] Nenhuma cidade da região parou nenhum segmento nesse início de ano e porquê? Baseado em quê o nosso foi simplesmente crucificado? Bares estão abertos, igrejas funcionando normalmente, as roças e sítios para festas funcionando sem nenhuma fiscalização e nós não podemos trabalhar? Nosso segmento envolve uma enorme gama de profissionais: garçons, artesãos, recreadores, artistas, decoradores, buffet, confeiteiras, frete, floristas, fotógrafos, cinegrafistas, músicos e DJ. Enfim, uma festa não envolve somente cerveja. Temos famílias pra sustentar e somos empresas que geram milhares de empregos.”, comentou.
Ela também comentou que, por mais que estejam surgindo muitos casos de Covid, a maioria das pessoas estão apresentando sintomas leves.
“Não estamos conseguindo entender o embasamento estatístico e lógico desse decreto, tendo em vista que o número de mortes está estável, não há ninguém aguardando vagas de UTI ou sobrecarga no sistema na cidade. Até o momento apenas a propagação do vírus com sintomas leves em sua maioria entre os vacinados”.
“Nós fomos 100% afetados por tudo isso, pois nós fechamos, ficamos um ano e meio fechados sem poder fazer evento algum e pagando todos os impostos e alvarás para manter o salão funcionando” – Elisângela, gerente administrativa do Tobogâ e do Celebrare.
A Elisâgela Oliveira, que é gerente administrativa dos espaços de festa Tobogâ e Celebrare, também se manifestou em entrevista ao Portal Arcos.
Segundo ela, quando proibiram a realização de festas no início da pandemia, ela teve até que mandar funcionários embora. “Nós fomos 100% afetados por tudo isso, pois nós fechamos, ficamos um ano e meio fechados sem poder fazer evento algum e pagando todos os impostos e alvarás para manter o salão funcionando. Eu tive que mandar funcionários embora, fora as pessoas que trabalhavam direta ou indiretamente comigo que perderam seus empregos, então foi devastador. Foi um prejuízo ao qual nunca iremos nos recuperar”, comentou.
Ela comentou que com o retorno da realização dos eventos ela já estava conseguindo remarcar e agendar algumas festas. Porém, após a publicação do novo decreto os eventos começaram novamente a serem cancelados.
“Já estávamos tentando voltar a passos lentos e de repente, vem um decreto proibindo tudo de novo. Foram proibidos os espaços de festas, porque as festas as pessoas continuam fazendo normalmente. Foram proibidos os espaços de festas que trabalham legalmente, pagam seus impostos que dependem disso para sobreviver”.
“Essa semana já tivemos dois cancelamentos. Teve uma festa que eu consegui passar da semana passada pra esta semana e com o novo decreto a pessoa decidiu cancelar. Então vai chegar a um ponto onde não vamos conseguir mais nem sustentar o próprio salão, porque as despesas não param”.
Ao final ela comentou que, a carreata foi realizada para eles mostrarem ao Governo Municipal que a única coisa que eles querem é voltar a trabalhar. “Queremos voltar a trabalhar. E temos que aprender a conviver com isso, pois, não irá acabar. Não conseguimos mais ficar fechados. Se eu ficar mais 15 dias com os espaços fechados eu vou ter que mandar funcionários embora e vamos ter que fechar as portas”.
Denis Veloso que é cantor sertanejo, e que estava a frente da carreata, também comentou sobre esta situação do cancelamento dos eventos.
“O setor de eventos tem muitas famílias que dependem desses eventos que estão parados: donos de casas de shows, donos de buffet, cantores que vivem da música e que não conseguem trabalhar porque os buffets estão parados. As pessoas que contratam a gente pra cantar, elas têm garçons por conta delas, pessoas para pagar. Então queremos mostrar que nós só queremos trabalhar”, comentou.
Reunião com o Prefeito Municipal
Após saber que seria realizada a carreata em manifestação ao Decreto Municipal, o Prefeito Municipal Claudenir José de Melo (Baiano) marcou, ontem mesmo, uma reunião na Prefeitura para amanhã, às 16h.
Segundo informações dos organizadores da carreata, o Prefeito informou que irá receber, por vez, duas pessoas de cada setor de eventos para poder discutir esta situação da proibição da realização dos shows, festas e eventos no município.
Decreto Municipal
O Art. 3º do Decreto n°6.149/2022, publicado ontem proíbe, em um prazo de 15 dias, a realização de shows, festas e eventos na cidade de Arcos. Ficando também suspensos os alvarás que já haviam sido concedidos.
Segundo o decreto, essa proibição vale para locais público e privados, e o desrespeito a determinação poderá acarretar em sanções penais.
Via: Portal Arcos.