A linhagem da variante ômicron BA.2 – 21L, encontrada em outros países e em estados brasileiros, também circula em Belo Oriente, na região do Rio Doce. Amostras colhidas em um paciente infectado pela Covid-19 na cidade identificaram a cepa na última sexta-feira (11). O anúncio foi feito pelo Ministério da Saúde, após um trabalho do Observatório de Vigilância Genômica de Minas Gerais (Vigem-MG).
Para chegar à identificação inicialmente foi feita a caracterização da ômicron por genotipagem. O procedimento foi feito pelo Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico da UFMG. Após as análises preliminares foi realizado o sequenciamento do genoma pelo Laboratório de Biologia Integrativa da UFMG que confirmou a presença da sublinhagem.
De acordo com o coordenador da Rede Corona-Ômica BR-MCTI, Fernando Spiki, o perfil da BA.2 é semelhante ao da ômicron, mantendo o potencial alto de transmissibilidade. “Por isso é muito importante manter os mesmos cuidados já divulgados por diversos especialistas. É importante completar o ciclo da vacinação, usar máscaras N95, lavar sempre as mãos e manter o distanciamento sempre que possível”, declarou em nota.
O pesquisador ainda afirmou que o monitoramento feito é importante para acompanhar eventuais alterações no padrão de disseminação, manter o monitoramento da eficácia da vacina, entre outras aplicações. Integram o Vigem-MG membros da Fundação Ezequiel Dias (Funed), Laboratório de Biologia Integrativa da UFMG, Núcleo de Ações e Pesquisa em Apoio Diagnóstico da UFMG e da Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG).
Não preocupa
Na semana passada, o secretário de saúde de Minas Gerais, Fábio Baccheretti, afirmou que o estado não deve vivenciar um repique na transmissão de Covid-19, mesmo com a confirmação de circulação da sub-linhagem BA.2 da ômicron.
“Novas variantes virão, mas a expectativa é de que, com o avançar da vacinação, e com boa parte da população já infectada pelo vírus, especialmente agora pela ômicron, a gente passe a enfrentar o vírus com maior naturalidade, sem grande pressão aos sistemas de saúde”, prevê o secretário.
Identificação
Além de Minas Gerais, a sublinahgem da ômicron também já está presente em Santa Catarina, Rio de Janeiro e São Paulo, conforme a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). O órgão aponta que a nova linhagem é mais contagiosa, mas ainda é desconhecido se ela é mais perigosa.