Jornal da Cidade Regional

‘Espero normalidade; se Bolsonaro não quiser participar, ok’, diz Gleisi sobre a transição

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A presidente nacional do PT e deputada federal, Gleisi Hoffmann (PR), afirmou nesta segunda-feira (31) que haverá transição de governo independentemente da colaboração do presidente Jair Bolsonaro (PL).

Gleisi coordenou a campanha do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

”Temos isso [a transição] estabelecido em lei. Essa lei nos dá guarida para fazer o desenrolar da transição, independente da participação do presidente ou quem quer que ele designe”, disse a parlamentar.

Eleito, Lula tomará posse na Presidência no dia 1º de janeiro de 2023. Enquanto o novo governo não começa, é garantida ao novo presidente a criação de um grupo para acompanhar atividades e tomar conhecimento da rotina e das contas de órgãos e entidades da administração pública federal.

Esse processo é conhecido como transição, que tem início após a proclamação do resultado e termina com a posse do eleito, e está previsto em lei.

O presidente eleito tem direito a compor uma equipe com até 50 pessoas, os quais podem ser indicados a partir desta terça-feira (1º), além de um coordenador.

Até a noite desta segunda, 24h depois do resultado do segundo turno, Bolsonaro ainda não se manifestou publicamente sobre a eleição nem ligou para Lula. Tradicionalmente, o candidato derrotado liga para o vitorioso.

“Espero que siga a normalidade, para o bem do Brasil e do povo brasileiro. Se o presidente, se o Jair Bolsonaro não quiser participar, ok. Mas nós temos instituições fortes, tanto que o parlamento está empenhado em fazer essa transição conosco”, disse.

“Nós vamos nos organizar internamente, montar a equipe, as pessoas, por áreas, por temas, que nós já estamos vendo. Se não houver contato até a finalização dessas 48 horas, nós vamos tentar um contato com a parte política do governo para saber como proceder”, completou Gleisi.

Equipe ainda será definida

Gleisi Hoffmann afirmou que ainda não estão definidos os nomes da equipe responsável pela transição governamental.

“Como tem esse prazo [até terça], nós ainda estamos conversando aqui, internamente, sobre a designação da equipe de transição. Nós podemos indicar 50 pessoas, mais uma pessoa para coordenar essa equipe”, disse.

Aliados de Lula indicaram que o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB), é o mais bem cotado para assumir a coordenação do grupo.

A presidente do PT ainda descartou que os nomes escolhidos sejam, definitivamente, futuros chefes de pastas ministeriais em 2023.

“Não estamos discutindo nenhum nome para nenhum ministério. Não necessariamente quem compõe a equipe de transição será ou ocupará cargos na equipe de um ministério. Pode ter coincidência. Isso não tem ligação direta, nem o presidente [Lula] se manifestou em relação a isso”, declarou.

Nos próximos dias, indicou Gleisi, líderes de partidos aliados ao petista devem se empenhar para ampliar a articulação com siglas e parlamentares ainda distantes de Lula.

“Já designamos algumas pessoas para conversar no âmbito da Câmara [dos Deputados]. Vamos fazer também [nesta terça] uma reunião com os presidentes de partidos da nossa coligação, chamando também os líderes de partidos para ajudar nessa articulação interna”, afirmou.

O objetivo, segundo ela, é garantir a aprovação de medidas classificadas como necessárias para o início do terceiro governo Lula, entre os quais a garantia de que o Auxílio Brasil será de R$ 600 em 2023 – em agosto, Bolsonaro enviou ao Congresso proposta de Orçamento para 2023 com um benefício médio de R$ 405.

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