Escrito por Ana Carolina Ávila
A criação de uma moeda comum de Brasil e Argentina para transações comerciais está entre os destaques da visita do presidente Lula ao país vizinho. Em carta conjunta divulgada antes do encontro, foi afirmado que uma moeda sul-americana poderia ser usada para reduzir custos operacionais e poderia ajudar no fluxo financeiro e comercial entre os países.
Logo que a notícia foi divulgada pelo jornal britânico, Financial Times, muitas pessoas entenderam que o Brasil e a Argentina poderiam criar algo como o euro: uma moeda única entre as duas maiores economias da América do Sul substituindo o peso argentino e o real brasileiro. Contudo, a proposta não é esta.
Ao chegar na Argentina no último domingo (22), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, desmentiu a notícia de que as moedas seriam substituídas. As moedas que os dois países estudam criar no futuro apenas facilitaria as transações comerciais sem a necessidade de recorrer ao dólar.
Em discurso durante o encontro, Lula reforçou a ideia. “Por que não tentar criar uma moeda comum como se tentou entre os países dos Brics? Acho que, com o tempo, isso vai acontecer. E acho que é necessário que aconteça.”
De acordo com a proposta, a nova moeda seria usada para fluxos comerciais e financeiros entre países da região. Haddad e Galípolo, economista que publicou um artigo junto com o ministro sobre o assunto, afirmam que os países teriam liberdade para adotá-lo domesticamente ou manter suas moedas. Ou seja, tanto o Brasil como a Argentina poderiam continuar com o real e o peso, respectivamente.