Um homem conhecido como “Lopes”, de 56 anos, foi levado ao Pronto Atendimento Municipal São José na última terça-feira, 17, com vários ferimentos. O óbito ocorreu ontem, quinta-feira (19), em um hospital de Formiga.
De acordo com informações obtidas junto à Assessoria de Comunicação da Polícia Militar, as lesões foram no tórax, na face, nas mãos e nos joelhos. Ele também apresentava sangramento e respiração lenta.
A Polícia Militar foi chamada ao pronto socorro por volta das 17 horas do mesmo dia (terça-feira, 17), quando foi informada, pela médica plantonista, que o estado de saúde do paciente era grave e que provavelmente ele seria transferido depois dos primeiros procedimentos.
Sobre os procedimentos no início da ocorrência, os militares fizeram contato com três testemunhas, que afirmaram não saber o que de fato havia ocorrido. A irmã da vítima disse à PM que o encontrou caído no quarto, bastante machucado e em meio ao sangue, o que motivou o acionamento da equipe do SAMU para prestar socorro.
Em entrevista à Rádio Cidade hoje pela manhã (20 de outubro), o delegado Patrick Carvalho disse que as investigações ainda estão sendo realizadas. O caso estava sendo tratado como lesão corporal. A partir de ontem (dia 19), a Polícia Civil começou a apurar como homicídio tentado ou lesão corporal gravíssima, mas ainda são necessários elementos para tipificar corretamente o fato.
O delegado acrescentou que, inicialmente, é possível falar sobre a possibilidade de que tenha sido um homicídio tentado. Contudo, ainda não há uma conclusão.
A perícia compareceu ao local e o médico legista também realizou o procedimento. A Polícia aguarda os laudos. “De fato, houve agressões. Isso que gerou o óbito? Isso a gente ainda não sabe”, justificou o delegado. A Polícia está aguardando a conclusão do laudo médico para entender a causa da morte: se foram as lesões, se houve complicações hospitalares ou se os problemas de saúde dele agravaram a situação das lesões. “São detalhes que podem modificar até a forma de tipificar a conduta. A gente tem que avaliar se pessoa tinha a intenção de ceifar a vida do Sr. Lopes ou se foi um atrito corporal, lesão, que devido à complicação de saúde, internação hospitalar, gerou o óbito. É um ponto bem sensível que muda totalmente a responsabilidade da pessoa”.
“Não foi solto porque o delegado quis, é a Lei que determina que seja tratada a situação dessa forma”
O delegado disse que já foram feitas diligências e que as investigações estão avançadas. Ontem (dia 19), um suspeito foi ouvido. Ele prestou depoimento e foi liberado.
Em caso de indicação de prisão em flagrante, não seria possível porque o prazo já havia vencido. O delegado disse que há outras modalidades de prisão possíveis e que estão avaliando a situação. “Não foi solto porque o delegado quis, é a Lei que determina que seja tratada a situação dessa forma”, explicou.
O jornalista Wevertom Araújo perguntou se o suspeito ouvido confessou as agressões e que tipos de materiais foram utilizados. O delgado respondeu que, quanto à forma da agressão, é preciso aguardar o laudo do médico legista para confirmar se houve instrumento. Se houve ou não confissão, respondeu: “Mantenho sob sigilo até a conclusão da investigação”.
Dr. Patrick disse que Polícia irá seguir o que está previsto na Lei “para que não seja só uma resposta rápida, mas efetiva”.
Sobre as circunstâncias que levaram à agressão, a “motivação”, uma delas é que a vítima teria cobrado uma dívida.
A prioridade agora, segundo Dr. Patrick, “é a elucidação do fato de forma eficaz, séria, sem pressão popular, da imprensa, para que seja feito o trabalho de forma correta”.
