A paranaense Maria Julia de Camargo Adriano, de 8 anos, morreu após sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). O falecimento chama atenção uma vez que, segundo a comunidade médica, são raros os casos de AVC em crianças.
De acordo com a família, Maria Julia se queixou de dores de cabeça e desmaiou. Ela foi levada ao hospital onde foi constatado sangramento no cérebro.
Tudo aconteceu no sábado (6), e a morte foi confirmada na segunda-feira (8).
De acordo com a tia da menina, Adriana Silva Adriano, a criança estava deitada na rede da casa onde morava com a família, em Ribeirão do Pinhal, a 117 quilômetros de Londrina, quando reclamou para os pais de dor na cabeça.
“Ela desmaiou e, de imediato, os pais a levaram para o hospital da cidade. Ela foi atendida pelo médico de plantão e onde começaram com os primeiros atendimentos […] . Era uma menina dedicada aos estudos e muito inteligente. Amava os animais e tinha sonho de ser veterinária”, disse.
Conforme Adriana, foi necessário transferi-la para o hospital de Bandeirantes para realizar o exame de tomografia. No laudo médico, foi detectado que havia um sangramento no cérebro da criança.
Os profissionais viram a necessidade, então, de interná-la e fazer uma nova transferência para o Hospital Universitário (HU) de Londrina, na Unidade de terapia intensiva (UTI).
“Foi detectado que o quadro dela era gravíssimo e, então, constatado de fato que era o AVC”, disse a tia.
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Segundo a médica neurologista Adriana Moro, não é comum diagnóstico de AVC em crianças, mas é frequente na fase adulta.
“Não é comum acontecer em crianças pensando que a principal causa de AVC nos adultos são doenças sistêmicas, que geralmente são devido ao estilo de vida da pessoa como diabete, obesidade, tabagismo… Na criança, por si só, não é comum”, explicou.
Conforme a médica, quando ocorre em crianças, pode haver relação com má formação na estrutura corporal.
“O AVC é raro na criança e não é comum suspeitarmos quando a criança tem alguma alteração neurológica”, concluiu.
A tia de Maria Julia, contudo, afirma que não havia nenhuma condição pré-existente e que os médicos que atenderam a menina consideraram uma fatalidade.
O laudo apontou que houve um aneurisma – dilatação dos vasos sanguíneos – que rompeu e se espalhou no cérebro.
Alegria da família
Maria Julia era filha única e foi descrita pela tia como uma criança “feliz, saudável, determinada e dedicada aos estudos”.
A criança estava preste a começar o terceiro ano do Ensino Fundamental e compartilhava com a família o sentimento de estar feliz para retornar para escola.
“Era a alegria da família e de todos que estavam a sua volta. Gostava de viajar, passear. Vai fazer falta”, desabafou.
O enterro com a presença de amigos e familiares foi realizado na terça-feira (9), no Cemitério Municipal de Ribeirão do Pinhal.
Acidente Vascular Cerebral
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) acontece quando vasos que levam sangue ao cérebro entopem ou rompem.
Dessa forma, há uma paralisia da área sem circulação sanguínea. Quanto mais rápido o diagnóstico e tratamento do AVC, maiores serão as chances de recuperação completa.
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), 90% dos casos de AVC podem ser evitados ao prestar atenção na hipertensão, colesterol, peso, problemas cardíacos, diabete, estresse e depressão.
A organização também afirma que realizar atividade física regularmente, ter uma alimentação saudável, não fumar e reduzir o consumo de álcool são essenciais para evitar a doença.
Número de internações por AVC aumentou quase 40% em nove anos
Em nove anos, as internações de brasileiros que sofreram acidente vascular cerebral (AVC) cresceram quase 40% no Brasil – passaram de 133 mil para 185 mil, segundo dados do Ministério da Saúde.
O AVC pode ser isquêmico ou hemorrágico.
O isquêmico é quando há um entupimento em uma artéria por trombose de sangue, por placas de gordura ou por espasmo da musculatura, que impedem a circulação do sangue no cérebro.
O hemorrágico é quando uma artéria se rompe e provoca sangramento no cérebro. As sequelas mais sérias são na locomoção.