Mais escolarizadas, as mulheres ganham, em média, 21% menos que os homens, e a maior desigualdade está nas profissões intelectuais e científicas. Nessa categoria, as mulheres ganham em média 36,7% menos que os homens.
Os dados são referentes a 2022 e fazem parte do estudo Estatísticas de Gênero, divulgado nesta sexta-feira (8) — Dia da Mulher — pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o estudo, 21,3% das mulheres com 25 anos ou mais têm ensino superior. Entre os homens, o índice é de 16,8%.
A formação em áreas de Ciências, Tecnologias, Engenharias e Matemática (CTEM), porém, é bem inferior à dos homens: nesse grupo, 22% dos formandos são mulheres. Esse percentual, há 10 anos, era ligeiramente maior – 23,2%.
Já na área de bem-estar social, como Serviço Social e Enfermagem, a participação feminina sobe para 92%.
Estereótipos de gênero podem estar por trás dessa diferença, avalia Barbara Cobo, coordenadora de estudo e pesquisa do IBGE.
“Será que o cuidar é a vocação das mulheres ou a gente foi socializada para cuidar?”, questiona.
Pretas ou pardas estão na pior situação
A situação não é igualitária entre as mulheres. Em vários indicadores, a realidade é pior para pretas ou pardas:
As pretas ou pardas estavam mais envolvidas no trabalho doméstico e cuidado com pessoas;
Mulheres pretas ou pardas têm a menor participação na força de trabalho;
Pretas ou pardas exerciam mais o trabalho parcial do que as mulheres brancas;
Pretas ou pardas (14,7%) têm menos acesso ao ensino superior que as brancas (29%).