.Dois suspeitos foram presos em Lagoa da Prata, no Centro-Oeste de Minas Gerais, nesta quarta-feira (3), durante a operação Dilúvio Moral Fase V, cujo objetivo foi reprimir crimes de estelionato mediante fraude eletrônica e associação criminosa.
Um mandado de prisão também foi cumprido no estado de São Paulo. Houve, também, o cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão contra indivíduos apontados como responsáveis por falsa oferta de gratuidade de antenas de internet via satélite, sob o pretexto de que os equipamentos estariam sendo doados por uma empresa estrangeira, devido à calamidade causada pelas enchentes no Rio Grande do Sul.
A operação desta quarta-feira foi realizada pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul (PCRS) e contou com o apoio da Polícia Civil de Minas Gerais e de São Paulo.
Como era a fraude
Confirme apurado pela Polícia Civil, a fraude consistiu na criação de uma página na internet simulando o site de uma empresa estrangeira, onde os indivíduos ofereciam antenas de acesso à internet via satélite de forma gratuita, sendo necessário apenas o custeio do frete.
Após o preenchimento de dados pessoais, os usuários eram redirecionados para uma nova página falsa, simulando um website de processamento de pagamentos. Na página simulada, era disponibilizado um QR Code para o pagamento do suposto frete via Pix. O valor transferido era direcionado para um gateway – uma rede de comunicações – de pagamentos, que repassava o valor para o local indicado pelos golpistas.
No caso, o valor era repassado para empresas de vendas e marketing digital operadas pelos investigados, captando os valores com aparência de licitude, simulando a venda de um produto ou serviço oriundo de suas empresas.
Os levantamentos apontam que os suspeitos se aproveitaram da calamidade vivenciada no estado do Rio Grande do Sul como atrativo, dado que a empresa estrangeira de fato realizou doações de equipamentos para o Estado para auxiliar na comunicação das equipes de segurança e salvamento durante o período de enchentes.
Uma vez identificada a fraude, a Polícia Civil retirou as páginas da internet e bloqueou as contas dos investigados. Em seguida, identificou e responsabilizou os suspeitos.
Os levantamentos apontam que os valores transferidos a fintechs – tecnologia e inovação aplicadas na solução de serviços financeiros – e aos gateways de pagamento eram destinados a empresas de fachada ligadas a um suspeito de 22 anos, de São Bernardo do Campo (SP), e a outros dois suspeitos, de 20 e 24 anos, de Minas Gerais.
De acordo com a Polícia Civil, os suspeitos usavam fintechs e gateways de pagamento para ocultar a origem dos valores e realizar movimentações financeiras obscuras.
Com o conjunto probatório obtido na investigação e os objetos eletrônicos apreendidos durante a operação, as investigações seguirão buscando outros elementos de prova e possíveis novos integrantes do grupo.
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